Queimaduras em crianças: como evitar e o que fazer
Qual o perigo?
Estudos mostram que a maioria dos acidentes ocorre na cozinha, com líquidos superaquecidos, o que os médicos chamam de escaldadura. Uma pesquisa realizada por Maria Cristina Serra, pediatra e chefe do centro de tratamento de queimados do Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro mostrou que as principais vítimas são os menores de 3 anos.
Outro cuidado que deve ser tomado é ao aquecer alimentos para a criança no micro-ondas. “Antes de dar qualquer coisa para o filho comer, os pais devem checar a temperatura”, diz Maria Cristina. A mesma dica vale na hora do banho, principalmente se o chuveiro for do tipo misturador, porque costumam esquentar demais.
Outras causas frequentes de queimaduras são: contato com fogo e objetos quentes, sendo o álcool um dos principais agentes causadores; substâncias químicas, como ingestão de soda cáustica; exposição à eletricidade (fios e aparelhos elétricos); exposição excessiva ao Sol.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2006, 366 crianças morreram e mais de 16 mil foram hospitalizadas vitimas de queimaduras. Alguns fatores contribuem para que elas se tornem vítimas mais frágeis, como a proximidade dos órgãos, a pele mais fina e uma camada de gordura menor. Além do tratamento ser longo e dolorido, as sequelas (tanto físicas quanto emocionais) podem durar o resto da vida.
Como prevenir?
– Mantenha as crianças fora da cozinha, principalmente se o fogão ou o forno estiverem ligados. Prefira cozinhar nas bocas de trás do fogão e com o cabo das panelas virados para dentro;
– Os produtos químicos, como álcool, artigos de higiene e produtos de limpeza em geral, devem ser mantidos fora do alcance das crianças;
– Atenção à água do banho: a temperatura ideal é 37o C. Teste a água da banheira com a mão. Caso o chuveiro for do tipo que mistura água quente e fria, um adulto deve regular a temperatura antes de a criança tomar banho;
– Álcool líquido e outros combustíveis (querosene, gasolina, tinner, etc.) não devem ser armazenados em casa. Isso porque eles inflamam facilmente na presença de chamas ou faíscas, o que pode causar queimaduras graves;
– Fogos de artifício jamais devem ser manipulados por crianças;
– Use protetores de tomadas e substitua os fios desencapados;
– Evite ligar vários aparelhos eletrônicos na mesma tomada;
– As crianças não devem brincar com pipas e papagaios perto da rede elétrica;
– Para evitar queimaduras provocadas pelo Sol, evite a exposição entre as 10h e 16h. Use protetor solar mesmo em dias nublados;
– Cuidado com as velas: elas devem ficar longe dos pequenos, assim como de cortinas e lençóis. Ao sair de casa, apague-as.
Primeiros socorros
– Caso seu filho se queime, não passe nada no local afetado. Pomadas, pasta de dentes, manteiga, clara de ovos ou outras receitas caseiras podem prejudicar mais ainda a ferida. Se a queimadura for de 1o grau (pele avermelhada), basta lavar a região com água fria.
– Em casos de queimaduras de 2o e 3o graus, onde há formação de bolhas e os tecidos mais profundos da pele são atingidos, buscar atendimento médico imediatamente;
– Se a chama atingir as roupas, a vitima deve deitar no chão e rolar. Quem estiver por perto deve cobri-la com um lençol ou pano molhado e levá-la imediatamente ao hospital;
– Não estoure as bolhas, pois há risco de infecção;
– Se suspeitar que a criança ingeriu alguma substância corrosiva (soda cáustica, amônia, pilhas e baterias), leve-a imediatamente ao pronto-socorro;
– Em caso de ingestão de substância corrosiva, a face e a boca têm de ser lavadas com água fria. Mantenha a criança em jejum (nem mesmo água) e não induza o vômito até ela ser examinada por um especialista.
Fontes: Sociedade Brasileira de Pediatria, ONG Criança Segura