Um novo estudo feito nos Estados Unidos mostra que a relação entre as queimaduras do sol e o risco de câncer de pele está cada vez mais evidente – o que reforça a importância de cuidados preventivos.
O inquérito da Associação Americana para Pesquisas sobre Câncer, realizado com 109 mil mulheres acompanhadas durante 20 anos, revelou que aquelas que tiveram pelo menos cinco queimaduras com bolhas durante a adolescência apresentaram mais chances de desenvolverem melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele. Já aquelas que ficaram expostas diariamente ao sol quando adultas tinham risco acrescido de carcinoma, a forma mais comum e menos letal da doença.
“A prevenção do câncer de pele requer, em primeiro lugar, educação, desde a infância”, afirma o cirurgião oncologista Francisco Aparecido Belfort. “O sol faz bem, mas exige cuidados”, acrescenta o médico do Sírio-Libanês.
Segundo o especialista, depois de educar as pessoas sobre os benefícios e os malefícios do sol, os passos seguintes para evitar o câncer de pele são usar corretamente o protetor solar, assim como chapéus e roupas protetoras, e evitar a exposição das 10h às 16h.
O Dr. Belfort explica que as queimaduras graves provocam descamação da pele, exigindo mais replicação celular para repor a derme. Diante desse processo, as pessoas que têm o erro genético causador do melanoma acabam tendo mais chances de desenvolver um tumor. Já aquelas que tomam sol com frequência, como os trabalhadores rurais, estragam mais a pele, mas repetem menos o ciclo de replicação celular, tornando-se menos vulneráveis ao melanoma, mas mais vulneráveis ao carcinoma.
Para o cirurgião plástico Araldo Ayres Monteiro Jr., a diminuição da camada de ozônio – nossa protetora natural contra os raios ultravioletas – também tem contribuído para o aumento dos casos de câncer de pele.
“Muitos acham que se passarem protetor solar uma única vez já estarão seguros, mas não é verdade. É preciso repetir a aplicação, no mínimo, a cada três horas, e nos horários de sol mais forte sempre procurar uma sombra”, enfatiza dr. Araldo.
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de pele equivale a 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. Em 2012, os carcinomas atingiram mais de 134 mil brasileiros e os melanomas, aproximadamente 6.230.
O autoexame é essencial na prevenção dessas doenças. Cabeleireiros, manicures e médicos de maneira geral podem ajudar na observação de pintas e manchas estranhas.
Fonte texto: Artigo publicado no site do Hospital Sírio-Libanês.
