Descubra se a intervenção cirúrgica de inclusão de próteses mamárias de silicone, assim como a de redução das mamas, pode alterar a produção e a liberação de leite materno
A prótese de silicone, em geral, eleva a autoestima da mulher, quando ela se sente desconfortável com o tamanho natural dos seios. Até mesmo seus relacionamentos sociais são beneficiados, já que se torna mais confiante e segura. No entanto, sempre surge aquela dúvida: afinal, o implante (Mastoplastia de Aumento) prejudicará a amamentação? Fique tranquila, a resposta é não.
A mesma inquietação ronda a cabeça de quem se incomoda com mamas de tamanhos muito diferentes ou volumosas. A motivação pode até ser o desconforto nas costas ou nos ombros, na área da alça do sutiã. Com isso, para se sentirem mais à vontade, as mulheres optam pela cirurgia de redução de mama (Mamoplastia Redutora). Quando bem feita, ela também não prejudica a amamentação.
Leite materno garantido
A prótese de silicone é colocada atrás da glândula mamária e fica isolado dentro de uma cápsula sólida. O sistema imunológico ainda reforça essa proteção e produz outra cápsula, como se fosse uma bexiga que reveste a prótese. Isso faz com que o material não entre em contato direto com o organismo. O que pode ocorrer é uma perda provisória da sensibilidade em alguma região do mamilo, caso a cirurgia corte algum nervo do local. “Isso é pouco frequente. Mas, mesmo assim, ele será regenerado e não atrapalhará a amamentação. O tempo de recuperação varia de acordo com o tamanho da mama e da extensão da lesão”, explica Ithamar Nogueira, cirurgião plástico do Hospital Santa Catarina (SP).
Como preparar os seios para amamentação depois da prótese de silicone
Pode ser que você já tenha ouvido alguma amiga comentar que teve problemas na amamentação por causa da cirurgia de aumento dos seios. “O que ocorre é que a mulher tenta buscar uma causa e pode relacioná-la ao silicone. Mas a dificuldade no aleitamento deve ser decorrência de algum transtorno emocional, que interfere na produção de hormônios. A prótese não oferece riscos”, diz Marco Cassol, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SP).
Quando o assunto é redução de mama, as técnicas atuais, mesmo se exigirem a mudança de posição da aréola, também não colocam o aleitamento materno em risco. Uma dica é evitar um intervalo de tempo muito curto entre a cirurgia e a gravidez. “A operação pode interferir na produção e no carregamento do leite pelos ductos mamários, sem ter tempo para que vias alternativas sejam formadas pelo organismo”, explica Adriana Yoshimura, mastologista, ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz (SP). Por isso, converse com o seu médico e informe-o da intenção de fazer a cirurgia. Ele aconselhará o período correto para que você não tenha problemas com o aleitamento – e tudo correrá bem!
Cuidados para quem quiser aumentar os seios
Para garantir segurança, opte por não se submeter à cirurgia durante a gestação. Nesse período, as alterações hormonais podem fazer com que o aspecto estético da cicatriz não fique tão bom. Além disso, você pode colocar a saúde do bebê em risco – o implante de silicone exige o uso de medicamentos, como sedativos, que prejudicam o feto. Por isso, espere, no mínimo, seis meses após o parto para fazer a cirurgia. “É importante também aguardar ao menos um mês depois do término da amamentação. Se ainda estiver com leite, ele pode ficar retido na mama e precisará ser drenado”, complementa Cassol. Vale lembrar, no entanto, que a recomendação do Ministério da Saúde é a de que a amamentação seja exclusiva até 6 meses e como complemento até 2 anos.
Tenha em mente também que a prótese de silicone não diminui a tendência de os seios penderem após a amamentação. “A mama, estimulada por hormônios, aumenta. Com o término do aleitamento, costuma voltar ao tamanho anterior à gestação. Mas, como a pele esticou, é possível que fique mais flácida e caída”, esclarece Adriana. O que determina o grau de queda dos seios é a constituição deles – se forem mais gordurosos, terão a tendência maior à flacidez. E o silicone não consegue impedir isso. Como representa ainda maior peso para a pele sustentar, é possível que contribua para as mamas penderem. Converse com seu médico e avalie o custo-benefício. Sua vontade de ter seios maiores pode compensar o risco da alteração.
Não se preocupe com a questão de tamanhos diferentes para cada seio – esse crescimento assimétrico não tem relação com o silicone. Só acontecerá se o seu bebê mamar mais de um lado do que de outro. E mais uma observação: a amamentação não faz com que seja necessário mudar de prótese. O procedimento de troca pode ser exigido só quando houver envelhecimento do material – em geral, a cada dez anos. Por isso, tenha o costume de fazer ultrassons de mama nos exames ginecológicos para também avaliar o estado do silicone.
Fonte texto: Artigo publicado no site da Revista Crescer (Globo).