Conheça mais sobre o lipedema, doença que acomete 12,3% das mulheres brasileiras e que demanda hábitos saudáveis para controle no longo prazo
O lipedema é uma inflamação crônica e progressiva que acomete os membros inferiores e superiores causando o acúmulo anormal de gordura. Atinge principalmente o sexo feminino, que representa até 90% dos pacientes acometidos. Estima-se que no Brasil o quadro afete cerca de 12% da população feminina.
Conheça mais sobre o lipedema a seguir entendendo os sintomas, diagnóstico e tratamento desse quadro.
Quais são os sintomas do lipedema?
O lipedema acomete principalmente glúteos e pernas, mas também pode se manifestar nos braços.
A doença caracteriza-se pelo progressivo acúmulo de tecido adiposo no membro afetado, sendo bilateral, de forma que as pernas e braços continuam simétricos entre eles, ainda que assimétricos em relação ao corpo.
O acúmulo de gordura leva a diferentes sintomas que são característicos dos quadros de lipedema, como:
- dor e sensibilidade;
- inchaço;
- hematomas;
- pele com textura de casca de laranja;
- dificuldade para emagrecer;
- assimetria do membro em relação ao corpo.
Apesar de comuns, a intensidade e desconforto desses sintomas serão variáveis conforme o tipo e grau de lipedema.
- Saiba aqui: Quais as áreas podem ser afetadas por Lipidemas!
Quais são os tipos e estágios da doença?
Existem cinco tipos de lipedema de acordo com o local acometido pela doença. São eles:
- Tipo I: manifestação restrita a região entre umbigo e quadris;
- Tipo II: quadro que vai do umbigo até a parte inferior dos joelhos;
- Tipo III: é acometido desde o quadril até o fim do tornozelo;
- Tipo IV: acomete os braços, podendo ser associada aos tipos II e III;
- Tipo V: manifesta-se apenas do joelho para baixo.
Além do tipo, o lipedema também varia em grau. Inicialmente há o acúmulo de gordura no tecido subcutâneo com aparência de celulite e tendência ao inchaço (grau I). Em seguida a pele fica mais flácida e com nódulos mais evidentes (grau II).
No grau III aumentam as depressões na pele devido à maior presença de nódulos e tecido fibroso formando dobras na pele.
No grau IV, mais grave, desenvolve-se o linfedema que consiste no comprometimento do sistema linfático com acúmulo de líquidos na região e pode haver restrições de movimento.
Como é feito o diagnóstico do lipedema?
O diagnóstico de lipedema é majoritariamente clínico, a partir dos sintomas relatados pela paciente e também do exame físico realizado pelo médico.
Apesar de essa abordagem ser, em geral, suficiente para confirmar o lipedema, pode ser solicitada a ultrassonografia para avaliar o grau e comprometimento dos tecidos.
Tratamento para lipedema
O lipedema é uma condição crônica e progressiva e não tem cura. Entretanto, o tratamento conservador pode ajudar no controle da inflamação e contribuir na qualidade de vida da paciente.
Quando se fala em tratamento conservador, os pilares são o exercício físico e alimentação.
Exercícios
A paciente diagnosticados tem tendência ao ganho de peso e acúmulo de gordura. Dessa forma será importante alternar entre exercícios aeróbicos e musculação visando tanto o controle de peso quanto o fortalecimento.
Uma vez que pacientes com lipedema têm tendência a ter problemas articulares e linfáticos, manter-se ativa é uma forma de prevenir a perda de movimentos e mobilidade que pode comprometer ainda mais a saúde arterial e a qualidade de vida da paciente.
Alimentação
Já a alimentação desempenha dois papeis no tratamento: controle do peso e amenizar o quadro inflamatório da paciente.
Uma alimentação saudável e balanceada vai ajudar a minimizar as chances de ganho excessivo de peso, uma vez que o sobrepeso e obesidade agravam o lipedema.
A alimentação também é uma aliada para aliviar o quadro inflamatório do organismo. Algumas opções prejudiciais incluem: ultraprocessados, fast food, açúcares, gordura em excesso e sódio.
- Veja mais sobre: Qual o tratamento para lipedema!
Reduzindo sintomas do Lipedema
O cenário ideal é que esses hábitos contribuam diretamente na qualidade de vida da paciente e reduzam os sintomas e as chances de agravamento do quadro.
Entretanto, nem todas as pacientes respondem da mesma forma ao tratamento conservador.
Atualmente, já existem aparelhos e tecnologia para procedimentos não invasivos que amenizam o quadro de lipedema ao aliviar a inflamação da região acometida.
Tratamentos com resultados mais satisfatórios
Em casos mais graves ou nos quais outros tratamentos não entregaram resultados satisfatórios, a lipoaspiração pode ser considerada pela equipe médica multidisciplinar responsável.
Entretanto, a indicação da lipoaspiração pode ser expandida para a cruroplastia – em casos de lipedema nas coxas -. ou braquioplastia – em casos da doença nos braços. Dessa forma, a boa indicação da cirurgia plástica pode ser indispensável para resultados mais satisfatórios.
Entretanto, como visto, o lipedema não tem cura, sendo que a lipoaspiração nesse caso é apenas para amenizar o quadro.
Assim, mesmo com a cirurgia plástica, adotar as condutas do tratamento conservador é uma forma que garantir melhor controle do Lipedema e mais qualidade de vida no longo prazo.