Se o mês de outubro é voltado para a conscientização sobre o câncer de mama, o mês de novembro tem como alvo o câncer de próstata. Nós já falamos aqui sobre as origens do Outubro Rosa e, hoje, vamos conversar sobre como surgiu o Novembro Azul – afinal, os homens também precisam cuidar da saúde!
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele do tipo não melanoma. Tanto é que, para 2018, a estimativa é de mais de 68 mil novos casos da doença.
Entre a população masculina, o tumor de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer, fazendo uma vítima fatal a cada 36 homens. Porém, quando detectado precocemente, o tratamento é menos invasivo e oferece mais chances de cura.
Entretanto, como o diagnóstico envolve o toque retal, um exame que ainda é cercado de polêmicas, muitos homens relutam em realizá-lo em função do preconceito. Nesse sentido, um dos objetivos do Novembro Azul é justamente quebrar esses tabus e conscientizar a população masculina de que os cuidados com a saúde devem ser colocados acima dessas barreiras.
Origem
O Novembro Azul surgiu em 2003 em Melbourne, na Austrália, a partir da iniciativa de dois amigos, Travis Garone e Luke Slattery. Os dois estavam se divertindo em um pub e cogitaram se ficariam bem de bigode, que estava fora de moda na época.
Então, inspirados pela campanha da mãe de um colega, que levantava fundos para o combate ao câncer de mama, Travis e Luke tiveram a ideia de associar o bigode com a conscientização sobre a saúde masculina.
Eles escolheram o mês de novembro para deixar o bigode crescer, pois, no dia 17, já se comemorava o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata. Naquele ano, cerca de 30 amigos aceitaram participar da campanha e, como muita gente se interessava pelos bigodões, a história foi se espalhando cada vez mais.
No ano seguinte, surgiu a Movember Foundation – o nome veio da junção das palavras moustache (“bigode”) e November (“novembro”) –, uma organização sem fins lucrativos que visava à arrecadação de fundos para o combate ao câncer de próstata. Também foi criada uma plataforma online para receber doações, na qual os homens podiam compartilhar fotos da evolução de seus bigodes durante o mês.
Com o passar dos anos, a campanha atraiu cada vez mais participantes e se espalhou para mais de 20 países, passando a ser conhecida também como No-Shave November, algo como “novembro sem barbear”.
Dessa forma, mais do que deixar apenas o bigode crescer, alguns homens cultivam a barba toda durante este mês. As mulheres, por sua vez, são incentivadas a participar da campanha usando bigodes falsos e roupas na cor azul, que simboliza a luta contra o câncer de próstata – e é por isso que o movimento é conhecido como Novembro Azul por aqui.
A chegada do Novembro Azul no Brasil
O Movember chegou ao Brasil em 2008, trazido pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia.
Já pensando na quebra dos tabus sobre o toque retal, a primeira campanha teve como lema “Um Toque, Um Drible”, de modo a criar consciência sobre o câncer de próstata, derrubar o preconceito e incentivar os homens se consultar e a fazer o exame se necessário.
Hoje, o Novembro Azul no Brasil é marcado por diversas ações de divulgação sobre o câncer de próstata, como palestras sobre medidas de prevenção e campanhas para a realização do exame físico (toque) e do PSA (exame de sangue que detecta alterações do antígeno prostático específico, que podem ser indicativas dessa neoplasia).
Além disso, muitas cidades iluminam seus monumentos e prédios públicos na cor azul, de forma análoga à campanha do Outubro Rosa.
As ressalvas do Ministério da Saúde e da OMS
Tanto o Ministério da Saúde quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovam o Novembro Azul, mas ambos fazem algumas ressalvas em relação aos exames para detecção do câncer de próstata.
Embora muitos especialistas recomendem que os homens façam os exames de toque retal e PSA anualmente a partir dos 50 anos, esses órgãos não indicam essas medidas de rastreamento para pessoas que não apresentam sintomas.
Segundo essas entidades, realizar exames de rotina em homens sem suspeita de câncer de próstata pode gerar muita ansiedade com resultados falso-positivos e acarretar biópsias desnecessárias. Além disso, ao detectar uma alteração, o paciente pode ser submetido a um tratamento desgastante quando, na verdade, o achado não se transformaria em um tumor maligno.
Apesar desses riscos, o Ministério da Saúde e a OMS apoiam o objetivo do Novembro Azul de conscientizar os homens sobre o câncer de próstata e os cuidados com a saúde de forma geral, além da desmistificação sobre o exame de toque retal, que é muito simples e dura apenas 10 segundos.
Por isso, agora que você sabe como surgiu o Novembro Azul e qual é a sua importância, não deixe de consultar o médico urologista, que está disponível no MEDPREV, para saber quais cuidados são necessários para a preservação da sua saúde.
Fonte texto: Artigo publicado no site da MedPrev.